331. Ele estava apenas sendo ele mesmo
Gabrielle Goldman
Que merda eu estava fazendo com a minha vida? Essa era a pergunta que rondava a minha mente desde o dia em que abri os olhos e percebi haviam homens demais orbitando ao meu redor. E agora, ela parecia gritar a todo pulmão.
E embora eu soubesse que era apenas uma forma de distração que meu falecido pai orquestrou, eu deveria admitir, que erra merda toda era como uma miragem em meio a deserto. Deserto no qual eu vaguei por vinte anos, sedenta, sem nunca encontrar descanso.
Quem resistiria?
Eu não queria pensar nisso. Na verdade, naquele momento, eu não queria pensar em absolutamente nada, porque eu havia dado minha palavra a Gadreel, de que eu esqueceria quem eu era e a vida que deixei para trás. Pelo menos naqueles dez dias. E eu cumpriria minha palavra.
Era fácil se perder em dias como aquele, nos risos de crianças que não me pertenciam, na simplicidade de uma rua que nada tinha a ver com o luxo que um dia chamei de lar, na forma como ele sorr