Gabrielle Goldman
Senti a culpa me invadir como uma faca quente. A raiva me engolir como mar revolto. A negação que eu construíra com tanto afinco desabar como uma farsa mal contada. Eu queria fugir, bater, gritar. Rasgar a pele e me punir por estar sentindo o que sentia. Por desejar ele, mesmo agora. Por saber que eu já estava perdida... e ainda assim, me recusar a admitir. Eu odiava estar tão disposta a entregar meu corpo e recusar qualquer possibilidade de oferecer um coração.
Mas nada, absolutamente nada, me desequilibrou mais do que o toque sutil de seu polegar acariciando meus lábios. Um movimento lento. Quase reverente. Como se ele estivesse memorizando o contorno da minha boca para o caso de eu desaparecer.
E naquele instante, eu soube. Eu não estava apenas vulnerável. Eu estava em queda livre. E já nem percebi