Gabrielle
A cidade lá fora pulsava como um organismo vivo. Luzes coloridas piscavam em fachadas de arranhões, letreiros de néon refletiam em vidros de carros luxuosos que cruzavam as avenidas sem pressa, como se a madrugada pertencesse aqueles que sabiam aproveitá-la. Tudo ao redor exalava poder e influência, uma energia quase magnética que eu nunca havia sentido antes.
Dentro do carro, o silêncio entre nós não era desconfortável, mas carregado de uma estranha tensão. O tipo de tensão que se forma quando se está prestes a cruzar um limite invisível, sem saber exatamente o que há do outro lado.
Gadreel estava sentado ao meu lado, com o celular nas mãos, escrevendo mensagens rápidas e concisas, sua expressão perfeitamente relaxada. Ele parecia completamente alheio ao que me