Liam não conseguiu dormir. O relógio marcava quase seis da manhã, e a escuridão do quarto parecia mais densa do que o habitual. Olívia dormia encolhida na cama, o rosto tranquilo, a respiração leve. Mas a calma dela só acentuava o caos dentro dele.
O notebook estava aberto sobre a escrivaninha. A tela projetava uma luz fria no quarto silencioso enquanto ele fingia trabalhar, revisando relatórios que nem conseguia enxergar direito. A mente dele girava em círculos, incapaz de parar. As palavras dela, o choro, o toque, o beijo. Tudo vinha e voltava, embaralhado, como se cada lembrança acendesse uma parte dele que ele não sabia controlar.
“Quem é o homem responsável por essa mudança em você?”
Ele pensou outra vez, lembrando da própria voz ecoando no silêncio algumas horas antes.
Mas agora, o que o atormentava era outra coisa, o incômodo de perceber que ela já não reagia a ele como antes. Que conseguia enfrentá-lo. E isso, para um homem acostumado a ter tudo sob controle, era o que mais p