Uma semana havia passado, mas para Olívia o tempo não seguia em linha reta; parecia um labirinto onde cada curva a devolvia ao mesmo ponto: a noite que mudou tudo.
A lembrança vinha em flashes borrados, pedaços desconexos, um perfume, um toque, um vazio depois. Guardou a virgindade por anos, na crença de que a entrega seria ao homem que amava. Mas o destino, cruel e traiçoeiro, a despiu dessa promessa numa suíte onde acreditou estar com Peter.
Agora, carregava as consequências: uma gravidez inesperada, o término traumático com o namorado que julgava perfeito e a responsabilidade de ser mãe solo.
O peso maior, porém, não estava apenas em seu ventre — estava no coração. Como contar aos pais? Como encarar o pai, homem de coração frágil, que sempre a chamou de “minha Pérola”? O orgulho que ele sentia pela filha era tão grande que Olívia temia que a notícia fosse uma espada direta no peito dele.
Naquela manhã, foi até a clínica fazer uma transvaginal. A obstetra a recebeu com ternura.
— Va