O silêncio que veio depois foi quase ensurdecedor. Liam se virou, o peito subindo e descendo, e caminhou até a janela sem dizer uma palavra. Ficou ali, imóvel, de costas para ela. Com um movimento lento, abriu uma fresta da cortina, como se precisasse do contato com o mundo lá fora para controlar algo dentro de si. A luz da manhã desenhou sua silhueta no chão, e a sombra projetada na parede revelava a tensão que vibrava em cada linha do seu corpo.
Depois de alguns segundos, ele falou — a voz agora baixa, controlada, mas fria como gelo.
— Está chegando o aniversário de casamento dos meus avós — disse, ainda olhando pela janela. — Trate de cumprir o contrato e ser a mulher que todos esperam que você seja. Principalmente na frente do meu avô.
— Por que você foge tanto, Liam? É tão difícil assim demonstrar o que sente?
Ele virou-se parcialmente, o olhar cortante.
— Não vou tolerar mais nenhum erro seu. Entenda de uma vez por todas, Olívia… todo mundo vai embora algum dia. — fez uma pausa