Revisei pela segunda vez as trinta páginas de um documento que papai me pediu para checar.
Coisas sobre a Hayans, coisas que não deveriam estar me atormentando em pleno sábado, contudo, esse era um fardo a ser carregado.
Trabalhar, seja para a Família, ou para a Hayans, não tinha horário dentro de normas, era período integral, sem pausa e tendo que estar sempre à disposição.
Recostei na poltrona macia do escritório de Paul e permiti que minha mente viajasse para longe dali.
Minha maior vontade era chegar em casa, tirar minhas roupas, jogar uma água bem quente no corpo e sentar para meditar nua, ainda molhada, sentindo as gotas de água escorrendo pela minha pele e me deixando ser dominada por aquela paz interior que eu só conseguia alcançar com um período de puro silêncio.
Desde que as coisas viraram uma bagunça com a notícia do casamento de Corey, eu não conseguia me sentar nem para comer em paz.
Na verdade, em nada me parecia haver paz.
Meditar por dez minutos todas as manhãs