Separação inevitável

Enquanto Miguel segurava as mãos de Clara, tentando acalmá-la com sua promessa de protegê-la, o som do telefone dele cortou o silêncio, vibrando sobre a mesa. Ele olhou para o aparelho, a mandíbula tensionando ao ver o número no visor.

"Eu preciso atender," disse ele, soltando as mãos dela com relutância.

Clara assentiu, observando enquanto ele se afastava para o quarto, levando o telefone. Fechou a porta atrás de si, mas mesmo assim, Clara conseguia ouvir o tom abafado de sua conversa, carregado de tensão.

Os minutos que se seguiram pareciam uma eternidade. Ela permaneceu na cozinha, tentando controlar a ansiedade que crescia em seu peito. Quando Miguel finalmente voltou, seu rosto estava mais sombrio do que nunca.

"Eu preciso ir," disse ele, sem rodeios.

"O que quer dizer com isso?" perguntou Clara, sentindo o coração disparar.

"Acabei de receber uma ordem" explicou ele, passando a mão pelo cabelo em um gesto de frustração. "Eles querem que eu viaje para Paris amanhã. É um trabalho
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