Anos atrás tinha certeza de que era uma garota pobre, filha de uma empregada doméstica, órfã de pai, que sempre sonhou em crescer na vida e dar o melhor para a sua mãe.
Mas então, ela adoeceu. Escondeu isso de mim e continuou trabalhando doente, sendo explorada pelos malditos ricos, até que não aguentou mais. Seus pulmões ficaram tão fracos que ela se viu obrigada a revelar toda a verdade sobre o nosso passado.
Sete anos antes…
— Mãezinha? Mamãe?
— Estou aqui… Minha menina — ela respondeu, com a voz fraca, vindo do quarto.
Entrei no quarto. Ela estava deitada na cama, com os olhos fundos, magra, e as regiões próximas ao nariz e à boca roxeadas.
— Mamãe, está melhor? — perguntei, me deitando ao lado dela. Segurei sua mão fria e a abracei.
— Na mesma, como foi seu dia? — ela perguntou, sua voz quase um sussurro.
— Foi cansativo, mas consegui um bom dinheiro para o seu tratamento — falei, com o coração pesado por ter feito o que fiz para conseguir esse dinheiro.
— Como conseguiu? Começou