O cheiro amadeirado da casa de Loran ainda era o mesmo. A madeira antiga estalava sob os nossos pés conforme avançávamos pela sala de entrada. As janelas, fechadas por tábuas improvisadas, filtravam a luz cinzenta da noite. O silêncio ali dentro era espesso, carregado de algo que pesava mais que o ar.
Loran parou perto da lareira apagada. As mãos calejadas se apoiaram na bancada de madeira gasta. Eu respirei fundo, os olhos fixos nele.
— Loran — chamei, a voz saindo um pouco mais firme do que eu esperava — você sabe de alguma coisa sobre o sumiço de Mira?
Ele não respondeu de imediato. O maxilar trincou, e um músculo saltou na lateral do rosto envelhecido. Os olhos cinzentos pousaram nos meus, e por um instante, achei que ele não fosse falar.
Mas então ele suspirou, longo e pesado, como se estivesse engolindo ferro.
— Não. — A palavra veio dura, seca como farpa. — Não há rastro nenhum. Assim como o meu filho, ela desapareceu sem deixar vestígio.
A raiva vazava de cada sílaba. Ele afas