O som da música lá em cima está deixando o zumbido na minha cabeça ainda mais forte e mais confuso. A palavra “morreu” pulsando dentro de mim.
— Você está mentindo! — cuspo a frase com um nó de decepção e raiva. — Tudo que você faz é mentir.
Empurro o peitoral dele para trás, mas Samiel nem se mexe, é um iceberg. Uma parede gelada.
— Desde o começo foi tudo armado pra me fazer ficar, não foi? — minha voz sai trêmula. — Eu fui uma idiota! Talvez tenha sido você mesmo a deixar Azrion saber quem eu sou, para forçar esse elo.
As forças me abandonam. Escorrego pela parede até o chão, e o frio do piso de concreto atravessa o vestido e me traz para a realidade: O telefone escondido dela. A ligação em esloveno. Eu achei que era alguém da família, porque ainda não sabia que os Nephilins entendem todas as línguas.
Zara esteve em contato com Azrion o tempo todo?
Tampo o rosto com as mãos, meus pensamentos estão se atropelando. Foi tudo mentira. Com ela. Com Samiel. Com todos eles — eu só fui