Azrion passa direto por nós e vai até o pequeno palco, onde fica o equipamento de som. Aperta um botão e uma música eletrônica domina o ambiente. O volume é alto o bastante para encobrir o que for dito entre nós — principalmente de quem estiver no escritório com Cael. Malakhi, talvez.
E eu sei que é isso que Azrion quer.
Ao meu lado, Samiel está rígido, mas parece preparado para atacar, como se qualquer movimento de Azrion pudesse levar o prédio todo para o chão.
Tento ignorar o mestre e forço minhas pernas a atravessar a pista em direção à escada, mas a voz dele me chama de volta.
— Como eu ia dizendo, você precisa da verdade para fazer as suas escolhas. — Abre um sorriso que não tem nada além de maldade.
Nesse instante, Azrion faz uma pausa, e seus olhos se voltam para Samiel. Percorrem o corpo dele de um jeito devasso:
— Eu entendo o apelo desse corpo. — A frase é melosa, e parece lamber o vicarius. — Essa força contida, esse silêncio selvagem. É magnético.
Sinto uma alfinetada