Abro os olhos e as lembranças me invadem como uma paulada.
Puxo o ar com força e meu corpo salta da cama quando sinto uma presença ao meu lado. Zara. Encontro uma parede e tento me refugiar nela, o mais longe possível da mulher.
O pânico me agarra pela garganta. O que aconteceu?
— Você está dormindo há quase vinte horas — Zara diz, com um sorrisinho carinhoso que mais parece um pedido de desculpa.
Levo uma mão ao pescoço, onde os dentes de Cael se cravaram. Não sinto nenhuma dor, nenhuma marca. Como se nada tivesse acontecido, mais uma vez.
— Vocês são vampiros — o pânico quase nubla as minhas palavras.
— Eu sou exatamente igual a você. Humana. — Ela sorri outra vez, rápido demais. — E não use essa palavra aqui. Vampiros. Eles odeiam.
— Então o que eles são? — Me afasto da parede, sem perceber, e me aproximo dela.
— Nephilins. — seus olhos medem minha reação, mas tudo o que consigo fazer é franzir a testa. — Filhos de anjos caídos e humanos.
Levo a mão ao pescoço, onde os dentes de