HANNAEU ME OLHO NO ESPELHO, a base esconde as olheiras profundas e arroxeadas de meus olhos, devido a noite mal dormida, e as lágrimas que não paravam de rolar. Ao chegar pela manhã, Dimitri já estava no escritório, bêbado, e eu decidi não conversar. Exausta demais paga brigas naquele momento, e ocupada demais pensando na minha culpa.— HANNA - O barulho do meu nome sendo gritado a todos os pulmões sucede o barulho de fortes pisadas de solto no corredor e antecede o estrondo da porta do meu quarto. Kelly tem em sua face, a expressão mais furiosa que já vi em seu rosto.. — O que aconteceu? - pergunto sem dar muita importância.— Você foi na minha casa e teve a audácia de AMEAÇAR A MINHA IRMÃ.— Ah, isso. - sorrio, confirmando com a cabeça. — Sim, eu fui até sua irmã para dar um aviso a ela.—Você é louca...- Murmura exaltada, andando de um lado para o outro. — Não sou louca, Kelly. Só estava...- penso em uma maneira de explicar em boas palavras. — Cuidando da nossa amizade,
HANNA— Sim, eu menti. mas não foi só por diversão, é claro que eu me diverti fazendo tudo isso, o perigo é o que me move. Mas tudo tinha um propósito, Dimitri. Vamos lá...- começo, e ele mantém o olhar da mesma forma, enquanto eu o encaro com coragem, mesmo estando com medo. — Eu me casei com você por obrigação, você sabe, você mesmo me obrigou. Eu já estava com mateo a dois anos, eu gostava muito dele. - Sinto um tapa em meu rosto, fazendo ele virar, mas novamente eu volto a encarar seu rosto . — E eu não queria deixa-lo, e sabe por que não descobriu nada sobre nós? Ele era muito covarde! - falo entre dentes. — Nunca teve coragem de enfrentar meu pai, e eu até agradeço por isso hoje. Ele não era homem pra mim, eu só estava encantada...- suas pupilas tremulam, mas ele não vai me fazer nada agora, está ouvindo a verdade e não quer interromper isso, mesmo que doa, e essa dor não é nada quanto a dor que deve ter sentido ao descobrir tudo que fiz. — Então eu me casei com você, e eu goste
HANNA20/12 16:23PM, Moscou.EU SINTO MEU CORPO FRAQUEJAR ao tentar levantar, e não obtenho sucesso nessa tentativa. Não sei há quanto tempo estou aqui, dias, talvez meses. Eu tentei contar, Dimitri vem aqui todos os dias para me fazer ligar para a minha família e fingir que tudo está a mil maravilhas, e a partir daí eu tentei contar quantas ligações, mas eu perdi a conta, talvez não tenham sido tantas para que eu me perdesse mas estar trancafiada em um lugar como esse te faz se perder dentro de si mesma e a falta de água e comida faz com que seus sentidos fraquegem. Eu sei que foram mais de sete...Sempre que a morte me estende a mão porque meu corpo já cede a fome , e a sede ele me tráz comida. É uma grande tortura, sem dúvida. É física e psicólogica, já que eu acho verdadeiramente que em algum momento vou enlouquecer dentro desta gaiola. As vezes eu prefiro que ele me coloque de uma vez em uma cadeira, rasgue minha pele, me jogue ácido ou atire em mim, faça o que quiser com meu co
21/12 15:00PMAo ouvir passos no corredor, minha mente já sugere que pode ser a maldita da Daria, que não voltou desde o dia em que apareceu aqui vestindo a minha roupa como uma maldita louca, ou pode ser Dimitri simplesmente vindo me torturar, ou me fazendo ligar para a minha família, desejaria que fosse alguém para me trazer comigo mas faz pouco tempo que o fizeram, pouco tempo em comparação aos dias que sempre demoram. Me surpreendo ao errar todas as hipóteses. — Kelly. - A vejo ali, do lado oposto das grades, olhando em volta para o lugar cinzento, escuro e gelado com horror e desaprovação. Com certeza a mente dela simula rasamente como é estar aqui há tempo tempo quanto eu, o quão tortuoso é.—Abre... - Pede á um dos seguranças que me observam vinte e quatro horas por dia. ele a obedece, e em seguida fecha novamente, e não poderia ser diferente.— Deixa eu adivinhar...- reviro os olhos. — A Daria te mandou aqui. —Ninguém me manda Hanna, eu já falei pra você. - Sua confia
24/12 08:08AM, MoscouEU ACORDO COM O BARULHO alto da minha cela se abrindo, e me sento com dificuldade. Um dos seguranças está parado ali, do outro lado e me olha por um instante.— O chefe quer que a senhora se levante, tem que subir para se arrumar. Seus pais chegarão está noite.- Eu não respondo, apenas com muita dificuldade me levanto do banco de concreto que também me serve de cama e passo para fora da cela. Eu respiro de alívio, minhas pernas quase fraquejam quando ando pelo corredor comprido, e depois de dois lances de escada, eu ultrapasso uma porta que é vigiada por dois seguranças, os mesmos que a abrem para mim.E passando pelo corredor que dá acesso ao hall de entrada e jogo a cabeça para trás em agradecimento, o clima é completamente diferente do que era em baixo. A neve cai lá fora em um frio intenso da Rússia, mas dentro da casa é sempre quente, alguns graus a mais do que onde eu estava. Ver tanta iluminação me causa dor de cabeça, porque há dias eu já não via a luz,
HANNA24/12 19:00PM, MoscouEu paro no hall de entrada para receber minha família antes que entrem e Dimitri vem até mim, me olhando com um aviso sério antes de dizer:— Já sabe o que fazer. — Eu sei.— Kelly e Gregory vão vir jantar aqui hoje. - Avisa e eu concordo, desviando minha atenção quando eles entram na mansão.— Pai. - Sorrio ao ver que ele é o primeiro a passar, e vou correndo para seus braços e ele retribui, me apertando. ao se separar me dá um beijo na testa e sorri. Eu me senti, por alguns segundos, totalmente protegida de qualquer perigo externo nos braços do meu pai. Não há lugar mais seguro no mundo que esse, não só por ele ser capaz de dar a vida por mim, como já o fez antes, mas também por ser Eric Salvatore, a lenda, assassino mais famoso do mundo do crime e o homem que mais amo no mundo.— Não precisa correr, vou te dar um autógrafo.- Ele diz, me fazendo sorrir.— A menina não é louca Eric. - Minha tia revira os olhos. — E pegue minha mala.— Não.— Como está b
DIMITRI 25/12 22:30, MoscouANDO DE UM LADO PARA O OUTRO na sala de espera do hospital. Alissa Salvatore chora nós braços do marido em uma das paredes, ele acompanha seu choro com os olhos cheios de lágrimas e ódio quando me olham, e o meu olhar não esta diferente. Se algo acontecer com ela, Daria vai viver muitos dias em um inferno pior do que o que proporcionei a Hanna. E ela deu a vida por mim! Rosno de raiva, depois de tudo que fizemos um ao outro ela deu a vida por mim.Flashback on— Me conta, como foi a lua de mel? Eu acho que estava alucinando mas ouvi você dizer que estava apaixonada por Dimitri. - — Eu estou. Não podia mais negar isso, já não sentia o mesmo quando Mateo me tocava, eu só pensava no Dimitri. Flashback offCusto a acreditar plenamente nisso, mesmo que ela tenha acabado de me dar a maior prova. Mesmo que ela me ame, não sei se posso perdoar tudo que ela me fez, mas não a quero morta de qualquer maneira. Só preciso que ela fique viva.Flashback on— Dis
HANNA03/01 8:00AM, MoscouABRO OS OLHOS LENTAMENTE com um pouco de dificuldade, eu franzo o cenho pela dor na parte traseira dos olhos quando a luz forte e esbranquiçada atinge meu olhos. O teto é branco, e um barulho repetitivo reverbera no ambiente, ao olhar para o lado vejo que é o aparelho que controla os batimentos cardíacos, ligado ao meu peito e ponta do dedo direito.— Hanna?! - A voz da minha mãe chega em mim antes de sua imagem, um sorriso de alívio e surpresa brotando em seu rosto. — Como está? — Não sei...- tento levar a mão a testa, um flash da minha última memória em vem a cabeça, em meio a briga que acontecia e o caos de empurrões, eu olhei de ralance para Daria no chão, que sangrava e tudo foi muito rápido, antes que ele pudesse atirar em Dimitri, eu entrei a frente dele sem pensar duas vezes e antes da bala atingir meu peito, tudo que consegui fazer foi arregalar os olhos. — Há quanto tempo estou aqui? — cínco dias. - Suspira, acariando meus cabelos. — Eu vou c