Subsolo do prédio da Trindade – Roma.
A escuridão tomava conta do ambiente. O som da água gotejando em algum canto misturava-se ao estalar do couro de luvas ajustadas com precisão. As paredes grossas abafavam qualquer grito, qualquer súplica. Ali, apenas a verdade e a dor importavam.
Fernando estava em pé, diante de Enzo, preso a uma cadeira de ferro com correntes nos tornozelos e pulsos. Os dois russos estavam em outra sala — o Executor tratava dos assuntos um por um. Ele preferia assim. O impacto era mais… íntimo.
Fernando respirava devagar, os olhos cravados em Enzo, agora com o rosto parcialmente inchado e o sangue seco colando-se à pele. Em uma mesa ao lado, uma seleção de ferramentas nada ortodoxas: alicate, lâmina, fios, e até um ferro de solda.
— Você tinha tudo, Enzo. — começou Fernando, a voz baixa, aveludada, mas com uma ameaça evidente. — Respeito. Tradição. Lealdade. E escolheu vender tudo isso por promessas russas e dinheiro sujo.
Enzo não respondeu. Apenas o encarou, o