O café da manhã seguiu entre risos e provocações doces. As panquecas sumiam aos poucos dos pratos, e os olhos de Isadora, enquanto mexia o suco no copo, traziam um brilho diferente. Era o brilho da certeza misturado com a esperança. Fernando percebeu. Ele sempre percebia.
— O que foi, amore mio? — ele perguntou, com a voz suave, limpando a boca com o guardanapo e observando-a com atenção.
Ela hesitou por um segundo, depois pousou o copo sobre a mesa e olhou para ele. Estava descalça, com a camisa branca ainda meio aberta no colo, revelando parte da pele marcada por carícias da noite passada. Mas, naquele instante, era a alma dela que se despia para ele.
— Eu tava pensando em tudo isso... — ela começou, com a voz doce. — Na gente, na nossa família, na nossa filha que vem aí… e no que eu quero construir pra ela ver quando crescer. Eu amo dançar, Fer. Dançar é meu corpo falando o que minha alma sente. Eu quero voltar a dançar… mas não me vejo mais longe da nossa família, da nossa casa, de