RYDER
Guio o jipe pela estrada deserta, o céu já a ganhar tons dourados do fim do dia. São quase duas horas de viagem desde Creekville até à localização que a Andie me mandou. O silêncio dentro do carro só é interrompido pela rádio, que toca baixinho. De repente, começa a soar “What Am I Gonna Do” do Chris Stapleton. A voz rouca dele enche o habitáculo, e não consigo evitar sentir um nó no estômago.
O refrão ecoa, batendo fundo:
What am I gonna do
When I get over you?
What am I gonna be
When you’re just a memory?
What am I gonna drink
When I don’t have to think
About what I’m gonna do
Without you?
É irónico. Sinto-me exatamente assim. Não sei o que sou sem a Savannah. Não sei o que fazer com este vazio, com esta saudade que me consome. A música parece ter sido escrita para mim, para nós. Penso em tudo o que deixei por dizer, nas discussões, nos ciúmes, nas palavras que ficaram presas na garganta. E, apesar de tudo, só queria voltar atrás, só queria que ela estivesse aqui ao meu lado.