Capítulo 75
Riley Black
Em casa, o som nos recebeu antes de qualquer pessoa: parafusadeiras, martelo compassado, o arrastar acolchoado de móveis pesados. A porta do corredor principal estava escorada por um plástico grosso para não arranhar nada; o cheiro de madeira recém-lixada e verniz doce enchia o ar. Três homens trabalhavam no meu escritório de casa — e me deu um calor besta no peito dizer “meu escritório” —, montando uma mesa em L.
— Dona Riley, bom dia. — Um deles sorriu sem tirar as luvas. — A gente está finalizando os armários também. Gaveta com trava, como o chefe pediu.
Eu andei pelo espaço, tocando as quinas, medindo com o corpo as distâncias entre a mesa e a janela, o passo até a estante.
— Ficou lindo. — sussurrei, mais para mim do que para eles.
Eu me distraí com um conjunto de pastas cinza grafite, passando o dedo pelo relevo. Não ouvi o passo; eu senti. A mão de Luca encostou na minha cintura com a precisão de quem conhece o caminho no escuro. O toq