Capítulo 115
Riley Black
Acordei com o cheiro de café e maresia, um perfume doce que grudou no travesseiro antes mesmo de eu abrir os olhos. O quarto estava banhado por uma luz amarela, dessas que parecem lavar o dia e prometer coisa boa. Luca estava de pé, de costas para mim, vestindo uma camiseta branca simples e uma bermuda de linho. O notebook — aquele mesmo que às vezes é um terceiro corpo entre nós — tinha sumido da mesa.
— Onde escondeu? — perguntei, meio sorriso, a voz ainda sonolenta.
Ele virou só o suficiente para me lançar um olhar preguiçoso e bonito.
— Trancado. Hoje eu sou seu.
Senti algo leve acontecer dentro do peito, um desarme. Apoiei os cotovelos no colchão e ele veio até mim, encostando a bandeja na cômoda: frutas cortadas com capricho, pães, geleia, queijo e um suco que parecia ter sido espremido por anjos — ou por um Luca exigente às seis da manhã.
— Não vai atender ninguém? — provoquei. Ele estava sério.
— Já atendi você. — Ele tocou a pont