O cheiro de desinfetante no hospital deixava o ar pesado, quase sufocante.
Depois de uma bateria de exames, os médicos confirmaram que o bebê de Vitória estava bem. Receitaram apenas alguns remédios para manter a gestação estável e recomendaram descanso, além de evitar estresse.
Thales, que não saiu de perto dela em nenhum momento, finalmente soltou um longo suspiro. O peso que carregava no peito parecia, enfim, ter sido aliviado.
Mas, no meio do alívio, uma imagem surgiu na mente dele. O meu rosto, pálido, caindo no chão com a mala ao lado. Aquela cena o atravessou.
Vitória, talvez percebendo a distração e a tensão no olhar dele, comentou com um tom despreocupado:
— Thales, a Srta. Cecília não me empurrou de propósito, sabe? Talvez tenha percebido algo entre nós esses dias. Será que foi certo deixar ela sozinha lá em casa?
— Foi bem feito. — Disse Thales, com a expressão fechada.
Talvez fosse por ter perdido o controle sobre mim.
Ou talvez só quisesse me punir por ter ido contra ele.