Ao chegar em casa, o telefone não parava de tocar. Os meus ouvidos doíam com tanta insistência. Os murmúrios dessa cidade estavam cada vez mais sérios. As pessoas ligavam com insultos, incomodadas com a ideia de uma "plebeia" ter se casado com um homem importante da sociedade. Meus amigos, Loe e Rebeca, estavam curiosos com os boatos de plantão — parecia "fofoca de esquinão". Eu não me importava, mas as ligações estavam me deixando à beira da loucura. Romeu, então, cortou todos os fios telefônicos. Assim, não ouviríamos mais o som irritante.
Subi para o quarto, exausta. Naquela noite, deitei-me enrolada dos pés à cabeça. Sentia como se martelassem minha cabeça só de pensar no que diziam sobre a esposa do senhor Goz.
— Anny? — chamou Romeu, entrando no quarto.
— Diga, estou ouvindo.
— O que está acontecendo com você?
— Eu só... queria sumir. Por um ano, talvez...
— Logo você, minha esposa, querendo fugir das dificuldades? Olhe para mim e responda.
— Mesmo tentando não me importar, meu n