— O imbecil do seu marido está em liberdade — disse ele, com uma voz rouca, carregada de ódio.— Era o mínimo que podia fazer. Sabia que você era um covarde, capaz de prender alguém inocente. Estou te avisando: fique longe de nós!Desliguei o celular. Me joguei no chão, em agradecimento. Meu corpo tremia de emoção. Eu sabia que jamais falharia. Por fim, veria novamente o meu marido. Comecei a gritar, tomada pela alegria. Todos ficaram confusos naquela sala. Peguei minha bolsa e saí correndo, pedindo que as garotas me acompanhassem.Meu coração pulsava de felicidade. Abri a porta do carro com pressa. Loe me olhava, surpresa com minhas atitudes inesperadas. Cecília assumiu o volante, compartilhando da mesma alegria que eu. Rebeca não parava de resmungar, mas dei de ombros. Só conseguia sorrir. O medo vinha e, às vezes, me fazia entrar em pânico. Mas não importava. Cecília estacionou o carro e, ao avistar meu marido saindo daquele lugar, pensei: O que vai acontecer depois disso? O dia par
— Senhora? Beba conosco, enquanto pensamos um pouco mais. Insisto, por favor!— Posso me juntar a vocês?— Claro — respondeu Romeu.Sentei ao lado do meu marido, cruzando as pernas, mostrando o quanto estavam torneadas. Peguei sua mão, entrelaçando os nossos dedos. Senti a pulsação dele junto à minha. Estar ao lado dele me fazia sentir viva novamente.A reunião durou mais de duas horas. Ao final, me despedi dos senhores. Romeu saía primeiro quando segurei sua mão, puxando-o para mais perto. Sussurrei em seu ouvido:— Estou feliz em te ver... mesmo magoada, seu idiota!Comecei a bater em seu rosto com todas as minhas forças, tomada pela raiva e mágoa.— O que isso significa, Anny?— Isso? Não é nada... comparado a tudo que você me fez passar!— Para de me bater, Anny! — Romeu pediu mais de uma vez, sentindo o peso da minha mão. Quando ergui a mão de novo, ele segurou e gritou:— Pare com isso, senão...— Senão o quê?— Não me provoque, Anny. Fale o que quer e vá embora!— Seu babaca...
— Eu... eu não voltarei para casa, Romeu. Ficarei no meu apartamento.— Anny, o que a sociedade vai pensar? Vivemos em casas separadas.— Que se dane o que a sociedade vai pensar! Precisamos desse tempo, Romeu. Quero fazer as coisas certas dessa vez.Romeu me abraçou, beijando meus lábios. O beijo dele estava ficando quente. Eu já não conseguia controlar meus desejos.— Romeu?— Hum?— Precisamos voltar para casa — falei, mudando de ideia pelo calor do momento. — Não podemos ficar aqui na estrada. Pode ser perigoso.— Está bem, Anny. Levarei você até o seu apartamento, depois irei embora... com saudades.Sorri, achando fofo. Seu rosto estava ruborizado, seus lábios vermelhos pelas mordidas, pelo êxtase. Eu não sabia que o Sr. Goz era tão feroz na hora do amor. Estava nas nuvens, nos braços do homem que mais desejei. Romeu me deixou no apartamento. O que eu realmente queria era que meu marido ficasse comigo. Seus beijos suaves estavam cada vez mais quentes. Nos despedimos. Meu coração c
Romeu se enrolou na toalha e me observava de longe enquanto eu me vestia. Seus olhos brilhavam de admiração. Olhei para ele e sorri, com um sorriso largo, quase correndo de volta para os seus braços. Continuei a me vestir.— Anny?— Hum?— Demorei muito para perceber o quanto a minha mulher é atraente.Aproximei-me, colocando a mão em seu rosto, acariciando sua pele macia e a barba bem-feita. Sussurrei, sentindo o calor da sua respiração:— Não foi tarde. Foi no tempo certo. Eu fui longe demais algumas vezes... Apressei você a me amar. Eu te desejava... ainda te desejo.Sorri, emocionada.— Sonhava com você todas as noites, todas as vezes que eu fechava os olhos.— Me perdoe pelos meus modos. Nunca tive a intenção de te machucar. Jamais... Shhh... Vamos aproveitar. – disse ele.— Romeu, não é hora de ser pervertido.Meu marido sorriu e se afastou para se vestir. Seu olhar estava mais atraente, ainda mais safado. Não parava de sorrir.Já pronta para sair, me olhei no espelho, ajeitei a
— Por Deus, esse senso de pervertimento não acaba, não.— Não mesmo. E pare de ser tímida.— Tímida, eu?— Hã... sim, você é.Romeu estava exausto. Tirava sua roupa de gala, colocando a de dormir. Sorri, achando engraçadas as estampas de unicórnio. Ele se jogou na cama, enrolando-se nos lençóis de seda azul. Olhei para o meu marido, largado ali, à vontade. Meu desejo fluía em minha pele. Deitei ao seu lado, sentindo seu suspiro abafado e quente. Seus olhos cerrados faziam minhas pupilas dilatarem. Eu suspirava, torcendo para que ele percebesse que eu precisava de mais amor.Mesmo sem perceber, meu marido me abraçou fortemente, aconchegando-me em seus braços. Deixei-me levar naquele calor.— Anny?— Hum?— Como você viveu todo esse tempo sem mim? – perguntou Romeu, pela escuridão do quarto.Não demorei a responder.— Sofri tanto, a ponto de enlouquecer. Não sou de beber, mas mesmo assim saía de bar em bar para te esquecer...— Eu sabia que estava fazendo isso. Por isso mandei Hugo te se
Ao chegar em casa, o telefone não parava de tocar. Os meus ouvidos doíam com tanta insistência. Os murmúrios dessa cidade estavam cada vez mais sérios. As pessoas ligavam com insultos, incomodadas com a ideia de uma "plebeia" ter se casado com um homem importante da sociedade. Meus amigos, Loe e Rebeca, estavam curiosos com os boatos de plantão — parecia "fofoca de esquinão". Eu não me importava, mas as ligações estavam me deixando à beira da loucura. Romeu, então, cortou todos os fios telefônicos. Assim, não ouviríamos mais o som irritante.Subi para o quarto, exausta. Naquela noite, deitei-me enrolada dos pés à cabeça. Sentia como se martelassem minha cabeça só de pensar no que diziam sobre a esposa do senhor Goz.— Anny? — chamou Romeu, entrando no quarto.— Diga, estou ouvindo.— O que está acontecendo com você?— Eu só... queria sumir. Por um ano, talvez...— Logo você, minha esposa, querendo fugir das dificuldades? Olhe para mim e responda.— Mesmo tentando não me importar, meu n
— Tem todo o direito, Anny. — Lembrando: não quero receber nada. — Anny, mas... — Mas nada, eu já me decidi. — Como queiras, minha esposa.Peguei meu casaco para sairmos. O dia estava chuvoso. Romeu optou por irmos para a casa de sua tia, na serra. O telefone tocou. Quando atendi, me surpreendi: era Oscar. — O que você quer? — a voz quase não saiu. Ele riu ironicamente: — Menina bobinha, vou tomar tudo o que seu marido tem. Até você terei pra mim. — Seu idiota paranoico, vai se fu... — fui interrompida. Meu marido pegou o celular com pressa.Entrei no carro enquanto esperava eles discutirem. Estava pasma com o que acabara de ouvir. No carro, o silêncio era denso. Como um homem maldoso e manipulador é capaz de agir assim? Meus olhos estavam inchados de tanto chorar. Estava chateada comigo mesma. Como pude conhecer esse homem naquele dia? Como ele ousa me ligar? Maldição! Pelas batidas no vidro, me assustei. Meu coração estava prestes a sair pela boca.— Anny, minha Anny. Vai fic
Capítulo – De Volta ao Lar, Novas AmeaçasRomeu estava levando uma vida difícil na cidade sem a presença de Anny. Os dias se arrastavam e o trabalho parecia mais pesado do que nunca. Para ele, tudo era duro, frio, insuportável. No escritório, todos tentavam ajudar seu chefe — ninguém aguentava o CEO mal-humorado. A Hoppy precisava de Romeu.— Leila?! — gritou ele.— Sim, senhor?— Marque uma reunião com o Sr. Oscar — disse com os punhos cerrados."Não posso me distrair. Preciso estar forte para enfrentar aquele imbecil!" — pensou Romeu.Saiu da empresa com pressa, visivelmente estressado.— Senhor, pra onde vai? — perguntou Luiz.— Me deixe, Luiz. Preciso de um tempo para pensar.Romeu entrou no carro. Dirigiu pelas ruas da cidade sem qualquer intenção de voltar ao escritório. Seus dedos tamborilavam nervosamente no volante, a raiva consumindo seu peito. Seus olhos marejaram ao pensar:"Que inferno! O que eu farei agora sem o apoio da minha mulher? Maldição! Aquele babaca do Oscar só m