Ele continua sorrindo, um brilho despreocupado nos olhos.
—Ainda sigo alguns costumes, mas, em relação a relacionamentos, sou livre. Embora saiba que meu pai adoraria me ver casado com uma mulher do meu povo, não é uma exigência como acontece em algumas famílias por aqui.
Uma inquietação se instala em mim. Minhas palavras escapam com uma naturalidade forçada:
—E se Okan gostar de alguém de fora? —Minha voz soa calma, mas meu coração martela no peito.
Ômer ri, um som grave e ligeiramente amargo.
—Ir contra os costumes? Eles se enraízam na gente como raízes em terra firme. Rompê-los não é só difícil, é devastador. Desestrutura a família, cria um dramalhão digno de novela e ainda traz os dramas de consciência. Você já reparou no meu tio? Ele está com sérios problemas de saúde. Okan jamais o desagradaria.
—Kayra mencionou. Ele tem problemas cardíacos, certo? —Pergunto, sentindo uma onda de empatia por aquele homem que mal conheço.
—Sim, insuficiência cardíaca.
—Que triste.
Ômer balança a