Rafael
Chego ao condomínio com Marcos, André, Lucas, Priscila e Tobias. A tensão do dia ainda paira no ar, mas ao cruzar os portões e ver o ambiente tranquilo, sinto uma pequena onda de alívio. Cada um de nós tem um breve momento de despedida, um aceno, um “até logo”. Há muito ainda a ser feito, mas, por agora, podemos respirar.
Quando entro na sala de conferências, Beatriz está em frente aos monitores, analisando algo com aquela concentração que a faz parecer inalcançável.
— Bia, — chamo com um tom firme, mas carinhoso.
— Já chega por hoje, meu amor.
Ela protesta imediatamente, sem nem olhar para mim.
— Rafael, eu só preciso verificar mais alguns detalhes. Se a gente não...
— Não. Você vai para casa comigo. Agora!
Ela finalmente levanta os olhos, um pouco surpresa, mas vejo que o cansaço começa a se sobrepor à teimosia. Depois de alguns segundos de hesitação, ela suspira, desliga os monitores e pega suas coisas.
No caminho para casa, Beatriz quebra o silêncio.
— As crianças estão to