Beatriz
Felipe me encara, a expressão tensa enquanto conto a ele palavra por palavra da conversa que tive com Cesare. É doloroso revisitar aquele momento, mas sei que preciso ser honesta. Respiro fundo antes de continuar, mesmo sentindo o peso de cada frase.
— Ele apareceu no meu apartamento sem avisar. Assim que abri a porta, já percebi que algo estava errado. A forma como ele me olhou... como se eu fosse uma intrusa, um problema a ser eliminado.
As mãos de Felipe se fecham em punhos ao meu lado, mas ele permanece em silêncio, me incentivando a continuar.
— Ele disse: "Meu nome é Cesare Vassalo. Sou pai de Felipe, o homem cuja cama você tem aquecido." Tento imitar o tom gelado dele, mas minha voz treme ao relembrar.
— Eu tentei manter a compostura, Lipe. Disse que não sabia do que ele estava falando, mas ele... ele foi direto. Disse que eu era uma golpista, que tinha um cheiro característico, e que estava impregnado no apartamento…
Vejo os olhos de Felipe se estreitarem, o maxilar de