Don Falcone
Eu me sinto como um garoto de quinze anos outra vez, perdido em uma confusão de sentimentos que não deveria mais pertencer a um homem da minha idade. Estou sentado no escritório, revisando relatórios que não conseguem prender minha atenção. A cada página, meus pensamentos são interrompidos por um par de olhos azuis, uma risada suave, o jeito firme e elegante de Giulia. E então, o beijo. Malldito beijo.
Eu não deveria tê-la beijado. Não deveria sequer ter permitido que aquele momento acontecesse. Mas agora que aconteceu, não consigo apagar a sensação de seus lábios nos meus, do calor do seu corpo, do modo como ela gemeu, mesmo que suavemente. É insano, completamente insano, como ela me faz sentir algo que eu pensei ter morrido junto com a Anna.
Estou dividido entre o desejo e a culpa. Anna foi a minha alma gêmea, a mulher que moldou a melhor versão de mim. Desde que ela partiu, me convenci de que meu coração havia sido enterrado com ela. Mas Giulia... ela mexe comigo de uma