Rafael
As palavras dele me atingem como um soco no estômago, mas de um jeito bom. Seguro, removível. Palavras que eu esperava ouvir há tanto tempo.
— E o que vocês recomendam daqui pra frente?— pergunto, tentando manter a voz firme.
— Continue o tratamento do Brasil, ele está funcionando! — responde ele.
— Mas agora, com a cirurgia sendo uma opção viável, sugerimos que você agende o procedimento. Depois disso, apenas acompanhamentos anuais aqui em Denver para garantir que tudo continue estável.
Ramiro me dá um tapinha no ombro, um gesto raro, mas reconfortante.
— Parece que o destino te deu mais tempo, Rafael.
Minha mente já começa a correr. Mais tempo com Beatriz. Mais tempo com Rafinha e Giulia. Mais tempo para viver a vida que sempre desejei. Sinto uma onda de gratidão, e também de alívio, mesmo sabendo que ainda há um caminho pela frente.
Othon se aproxima e diz, com seu tom sério de sempre:
— Nós cuidamos dos nossos. O centro médico está à sua disposição para o que precisar.