Capítulo 18 - Parte 2
Foi uma péssima noite para Ananda. Mal pregou os olhos. Quando o despertador tocou, ela se sentia destruída por dentro e por fora. Foi trabalhar no dia seguinte se arrastando, indo na força do ódio, sem conseguir pensar direito.
Chamou a amiga para sair à noite, precisava desabafar. Sentaram para conversar, e a amiga, sem rodeios, disparou:
— É, Nanda, eu te avisei. Esse cara é problema. Os dois são. Eles não servem pra você, amiga. Você merece coisa melhor. Se valoriza, olha o quanto ele não liga pra você!
As palavras doeram, mas também trouxeram certo alívio. Ainda assim, por dentro, Ananda continuava se sentindo um lixo, como se o problema fosse sempre ela. Estava decepcionada consigo mesma.
João, dia sim, dia não, continuava correndo atrás dela. Mandou flores no trabalho — um buquê enorme de rosas vermelhas. Pedia para ir à casa dela, implorava atenção, mas tudo sem sucesso. Ananda não tinha ânimo para nada que não fosse obrigação. Era trabalho–casa, casa–tra