Por mais que Dom não quisesse se envolver, algo nela mexia demais com ele, ele a beijou lentamente; foram emendando um beijo no outro até perderem o fôlego. Novamente ele se corou, respirou fundo, desconcertado.
— Está calor hoje, vamos lá, tomar sorvete.
Marvila respondeu limpando o rosto borrado de batom.
— Você que dá calor, com essa roupa.
Dom perguntou, confuso:
— O quê? Te dou calor?
Ela percebeu que havia falado demais e começou a rir, muito envergonhada.
— Calor… você deve estar quente. Com essa roupa.
Ela desceu do carro rindo; ele se aproximou, pegando-a pela mão.
— Você não gosta da minha roupa? Antes eu só andava assim. Todos os dias. Mas sem a barba.
Ela respondeu, desconcertada:
— Gosto, é lindo. O estilo. Eu nunca beijei alguém de barba, desse jeito.
Ele ficou pensativo, perguntou se ela não gostava da barba dele. Marvila falou encarando o final da rua, evitando o contato visual:
— Vai tirar? Se eu não gostar?
Ele a beijou no rosto, com deboche:
— Vou parar de te beijar