43. É possível convivermos
Neamir
— Esse rosto irritado não me assusta — aviso a Julien, enquanto continua trincando os dentes como se fosse me esmagar entre eles por não ter sido capaz de proteger a minha vida.
— Deveria, posso morder você até arrancar a carne dos seus ossos — profere, aproximando-se, observa o bebê que tenho em meus braços antes de levar uma mão à minha nuca. — Então, o bastardo te recarregou — comenta, olhando para Rosian de lado.
— Obrigado por me receber tão bem — articula Rosian, apenas entrando antes que Julien decida jogar alguma magia na cara dele. — Deixe os outros verem ela antes que sejam eles caçando o seu traseiro — avisa, após subir os degraus da casa imensa que se tornou o refúgio para nós há algum tempo.
O lugar é grande o suficiente para que todos nós possamos conviver tranquilamente, independente das nossas diferenças de hábitos. Julien observa a pessoa do meu lado.
— Ele é tão bonito quanto pensei que seria — murmura, sorrindo para o meu irmão.
— Tira o olho — digo, erguendo