O ronco do motor desapareceu aos poucos, engolido pela noite silenciosa. Alejandro permaneceu parado na beira da estrada, observando as luzes traseiras do carro até que sumissem por completo.
Ele ficou ali por longos minutos, imóvel, como se ainda pudesse sentir a presença dela no ar. O desejo de tê-la por mais tempo naquela estrada, naquele silêncio compartilhado, ainda pulsava forte.
Ele passou a mão pelos cabelos, os dedos deslizando pela nuca, tentando conter a tensão que crescia sob a pele. Natalie era um problema. Um problema que ele mesmo havia criado.
Mas também era inevitável.
Ela o desafiava de um jeito que ninguém mais ousava. Ela o fazia pensar, querer, sentir — coisas que há muito ele enterrara debaixo da frieza que construiu com tanto esforço.
— Merda — murmurou para si mesmo.
Ele voltou lentamente até o carro preto parado à sombra das árvores. Entrou, bateu a porta com força contida, e ficou ali por alguns instantes, encarando o próprio reflexo no espelho re