Melanie Pov
“Claramente, você não deixará ninguém fodê-la,” Murphy declara com aquele tipo de humor deturpado que parece saborear sua própria crueldade, mas há também desprezo, escorrendo pelas bordas de cada palavra. Ele pronuncia a frase com um deleite sádico, como se tentasse me despir da minha dignidade com os próprios olhos. “Você é bem mais relutante que sua irmãzinha. Ela se entregou na primeira vez que Dante a quis. Você, não, não.”
O jeito como ele enfatiza esse não, com aquela voz baixa e arrastada, quase como se estivesse degustando a palavra, me dá náusea. Os olhos de Murphy brilham ao me analisar.
Ele leva a xícara de café até os lábios e saboreia a bebida, olhando fixamente para mim. Meus dedos se movem quase por instinto. Agarro a faca ao meu lado, sentindo o metal frio contra a palma da mão. Aço. Cortante. Um mínimo de defesa em meio ao teatro distorcido de poder que ele monta ao meu redor. Não porque acredito que vá conseguir algo com ela — com essa coleira em meu pesc