Beatrice
Olhei para a criança sentada no banco de trem ao meu lado, e senti mais uma vez a tristeza me invadir com força total.
Mas eu precisava ser forte. Não era o momento de fraquejar, pois agora eu tinha alguém que dependia totalmente de mim e por ele eu seria capaz de tudo. Eu estava me preparando para todas as perguntas e até mesmo possúveis criticas que viriam. Eu não tinha a menor ideia de como os meus pais iriam reagir diante do que eu estava prestes a fazer.
— Está com sono? — perguntei.
Timothy era apenas uma criança, tinha só dez anos, mas a vida tinha sido muito dura com ele e sua bagagem não era das mais belas.
Era feia e triste.
— Estou bem — ele disse, sem responder diretamente a minha pergunta.
— Você pode deitar a cabeça em meu colo — ofereci — Eu gosto quando você faz isso.
Eu tinha absoluta certeza de que ele estava cansado e com sono, mas ele não diria isso para mim. Como insistia em dizer sempre, ele não quer me incomodar.
— Eu não quero incomodar você, Beatrice