Cortez disponibilizou o mesmo jato particular, com o qual a anos atrás eu tinha saído do país. Havia também reservado um hotel cinco estrelas pra nos hospedar até a hora da leitura, que seria em uma mansão no mesmo condomínio onde morei com Leon depois que nos casamos. A essa altura, já estava paranoica. Não seria possível tantas coincidências. Don Cortez parecia estar oferecendo minha cabeça, em uma bandeja de prata pro meu ex marido. O que não fazia o menor sentido, dado tudo que sabia a respeito da nossa história.
A cada rua que cruzava dentro do condomínio, um novo gatilho era desbloqueado. Atravessar os portões pelos quais passei no dia em que fugi, fez com que me sentisse um rato preso em uma roda. Correndo o máximo que posso, sem nunca sair do lugar. Como um passeio turístico por todos os meus traumas, não poderia faltar a rua em que fui sequestrada, e a fachada da casa onde acreditei que viveria os melhores anos da minha vida. Ainda nem tinha chegado onde precisava ir