Quando Tommy saiu do escritório, batendo a porta com raiva contida, Kael desabou na cadeira de couro escuro como se todo o peso do mundo tivesse se instalado sobre seus ombros. O suor frio escorria pelas têmporas, a pele que outrora fora bronzeada agora estava pálida, quase acinzentada, e os olhos fundos, envoltos por olheiras roxas, pareciam os de um cadáver que ainda respirava.
Ele levou a mão trêmula à boca ao sentir a tosse subir em sua garganta. Tentou segurar, mas foi em vão. Uma golfada violenta o fez se curvar sobre a mesa, tossindo repetidamente até que um líquido espesso e escuro escorreu entre seus dedos.
Sangue, mas não um sangue qualquer.
Era negro.
Kael arregalou os olhos e encarou a mão suja com um misto de horror e ódio.
— Que merda... — rosnou, cuspindo mais do líquido espesso no chão de madeira. — O que essa vadia fez comigo?
A fúria misturada ao desespero o consumia, ele sabia, embora nunca admitisse em voz alta, que algo dentro dele estava apodrecendo. Era como se