O salão Montserrat estava lotado. Câmeras posicionadas em todos os ângulos, jornalistas sussurrando teorias entre si, e as luzes quentes dos refletores aquecendo a sala tanto quanto a tensão do momento.Eu sentia Savannah ao meu lado, impecável como sempre — forte, serena, determinada. Mas antes que ela pudesse dar o primeiro passo à frente, segurei sua mão com firmeza.Ela me olhou, confusa. Eu me aproximei, falando apenas para ela:— Confia em mim. Deixe comigo desta vez, você já fez muito. Ela hesitou. Por um segundo, a mulher que sempre controlou o jogo avaliou se cederia a jogada. E então, com um pequeno aceno, permitiu. Seus olhos diziam tudo. Vai, Thomas. Mostra a eles quem você é.Antes que Savannah me impedisse, subi ao púlpito. Os flashes começaram imediatamente. Respirei fundo, ajustei o microfone, e comecei.— Boa tarde a todos. Sou Thomas Montserrat, CEO da Montserrat Enterprises. E hoje estou aqui para restabelecer o que há de mais valioso para qualquer empresa sólida:
Savannah saiu da sala primeiro, deixando para trás apenas o rastro de seu perfume e aquela risada abafada que me desmontava por dentro. Fiquei parado por um momento, a cabeça apoiada contra a porta fechada, sorrindo feito um idiota.— Que merda eu fiz pra merecer essa mulher? — murmurei para mim mesmo, esfregando o rosto com as mãos.Quando finalmente me recompus, saí também. O corredor estava relativamente vazio, apenas alguns funcionários passando rápido, tentando parecer ocupados. Normal. Depois daquela coletiva, todos estavam pisando em ovos, cautelosos, mas ao mesmo tempo... havia um respeito no ar. Eu sentia isso. Era como se, de repente, eles tivessem parado de me ver apenas como o playboy herdeiro e começassem a me enxergar como o CEO que podia mesmo carregar aquele império nas costas.Mas nada disso importava se eu não tivesse Savannah. Ela era meu norte agora. E isso... era assustador pra caralho.******Atravessei o corredor até meu escritório, onde Harry me esperava. O vel
O toque quente das mãos dele me ancorava no presente. O mundo todo parecia longe demais para importar.Eu me sentia leve nos braços de Thomas. Algo que nunca pensei ser possível, e que me assustava e me encantava ao mesmo tempo.Quando ele me beijou no meio daquela sala aquecida pela lareira, senti meu corpo inteiro reagir.A boca dele era macia e exigente ao mesmo tempo, uma dança perfeita entre ternura e desejo.Quando o beijo diminuiu, nossas testas permaneceram encostadas, nossas respirações misturadas.— Você vai ser minha ruína, Thomas Montserrat. — murmurei, sorrindo sem forças.— Não. — ele sussurrou de volta, com uma firmeza que fez meu coração tropeçar. — Vou ser sua redenção.Fechei os olhos, sentindo a promessa implícita nas palavras dele. Era tão fácil se perder nele. Tão fácil esquecer tudo o que lutei para proteger. Mas, naquele momento, eu não queria proteger nada. Queria viver.Thomas passou os braços pelas minhas pernas e me ergueu com facilidade. Gemi de surpresa, a
A luz fria dos estúdios refletia nas mesas envernizadas. O cenário era clean, moderno, com painéis de LED por trás dos apresentadores, exibindo discretamente o nome do programa: "Empresas e Gigantes", um dos mais respeitados na área de negócios. Eu estava ao lado de Thomas e Harry, sentada em um daqueles bancos altos que forçam você a manter uma postura quase militar. Atrás das câmeras, nossa assessoria de imprensa, jornalistas e membros da diretoria da Montserrat observavam atentos, como se cada palavra pudesse selar o destino da empresa.O apresentador, um homem simpático de meia-idade, sorriu como quem já sabia que aquela entrevista entraria para os arquivos da emissora como uma das mais assistidas do ano.— Estamos aqui com os principais nomes da Montserrat Enterprises. Harry Montserrat, fundador e presidente do conselho, Thomas Montserrat, atual CEO, e Savannah Harper, Consultora e estrategista de crises e, sem dúvida, a mente por trás da recente reviravolta que devolveu à Montse
Depois da entrevista, dezenas de outras surgiram. Algumas, comigo, sem Savannah ou meu pai. Outras com Savannah, sem mim. Com o mesmo foco, a Monteserrat Enterprises, e a crise foi amenizada lentamente. Enquanto isso, Damon foi preso, por faude financeira e outros crimes do colarinho branco. Para tentar se salvar e usar meu pai como bote de salva-vidas, ele aceitou fazer o teste de DNA, que depois de alguns dias, recebemos o resultado. Ele não era um Montserrat legítimo. Meu pai não ficou feliz, se sentiu enganado, mas resolveu assumir Damon mesmo assim. Acho que por culpa. Talvez de alguma maneira, ele se sinta culpado por Damon ter se tornado o que se tornou, sem a figura paterna, mas acreditando ser filho dele. Depois de uma conversa com Savannah, aceitei o fato de que meu pai carregava muitos fardos, e um deles era Damon, e aceitei também ter um irmão que não tinha meu sangue, mas que havia conquistado algum lugar no coração de Harry Montserrat. Tudo o que eu desejava era que Da
A Toscana parecia mais bonita naquele dia. Talvez fosse o céu limpo, salpicado de nuvens brancas como se algum artista entediado tivesse pintado à mão. Talvez fosse o campo ondulado com seus vinhedos eternos. Mas quem conhecia Savannah e Thomas sabia: não era o cenário. Eram eles.O casamento não era apenas uma celebração. Era a mais inesperada das vitórias.A cerimônia foi marcada para o fim da tarde, quando o sol começava a se inclinar atrás das colinas e o dourado se derramava sobre tudo como mel espesso. Uma capela centenária, silenciosa e imponente, decorada com galhos de oliveiras, lavandas e pequenas flores brancas — nada grandioso, mas absolutamente deslumbrante. Foi a escolha de Savannah se casar ali, era um sonho antigo dela, que Thomas fez questão de realizar. Thomas, de terno cinza grafite e gravata preta, estava parado diante do altar, as mãos cruzadas atrás do corpo, parecendo calmo. Mas só quem o conhecia de verdade veria o maxilar travado, os dedos impacientes. Ele nã
A Montserrat Enterprises estava no topo.As ações batiam recordes históricos, os relatórios da Bloomberg a listavam entre as empresas mais sólidas da Europa, e Savannah Montserrat, mesmo em licença-maternidade forçada (obrigada por um certo CEO com mania de controlar o mundo), ainda era citada como uma das mentes mais brilhantes do mercado internacional.Mas, naquele momento, ela estava mais interessada em tentar colocar meias de compressão. Sozinha.— Eu só queria um minuto de dignidade, Thomas! Um!— Mas você sabe que não pode ficar abaixando desse jeito, Savvy! Vai ficar tonta! — Thomas apareceu com a testa franzida, os cabelos um pouco bagunçados, usando um moletom cinza com a estampa "Dad Mode: Loading". — Deixa eu te ajudar.Ela bufou, mas ergueu o pé com dificuldade.— Sabe o que eu odeio mais do que a sua insistência com essas meias ridículas? — perguntou, enquanto ele calçava com cuidado.— Você me chamar de “Monts” em reuniões públicas?— Isso também. Mas o que eu odeio de v
O ar dentro da sala de reuniões era pesado, como se até as paredes estivessem cientes da tensão. Meus passos soavam altos sobre o chão de mármore enquanto eu caminhava, mantendo a postura impecável, como uma mulher que não se intimida facilmente.Savannah Harper, consultora de grandes empresas. Uma mulher que sabia exatamente como fazer negócios e, mais importante, como lidar com homens como ele. Homens que acreditavam que o mundo se curvava diante do seu poder.Thomas Montserrat, CEO da Montserrat Enterprises, herdeiro de um império bilionário. Ele não era apenas um homem de negócios. Ele era um ícone. E por mais que eu tivesse ouvido falar dele, nada me preparou para encontrá-lo frente a frente.Ele estava parado ao lado da janela panorâmica, observando a cidade com a frieza de alguém que a possui.Quando ele se virou e nossos olhares se encontraram, o impacto foi imediato. Aquele olhar penetrante, desnudava tudo sem dizer uma palavra. Ele me analisava como se fosse uma equação que