O salão de reuniões da Montserrat Enterprises parecia maior do que eu lembrava, embora eu já o conhecesse tão bem quanto conhecia o caminho da minha própria casa. Mas hoje… havia uma tensão diferente no ar. Cada centímetro daquela sala carregava a pressão do momento. Sentei-me à mesa com as mãos apoiadas no tampo envernizado, o olhar firme, apesar da tensão por dentro.
Harry Montserrat entrou com a presença de sempre — imponente, um homem forjado entre cifras e decisões que moldavam destinos. Seus olhos, sempre frios, hoje pareciam cansados. Não de fraqueza, mas de exaustão de um império que estava ameaçado pelas palavras venenosas de um bastardo ressentido.
Ele se sentou em silêncio à minha frente, ajeitou os punhos da camisa com precisão cirúrgica e me encarou. Por um instante, não disse nada. Apenas me observou, como se quisesse medir o quanto eu aguentaria — e o quanto ele podia confiar em mim agora.
— Savannah — começou, com a voz baixa, mas firme — não vou fingir que não estou p