Entrei no carro e bati a porta com mais força do que o necessário. Minhas mãos tremiam no volante, meu coração disparado como se eu tivesse acabado de correr uma maratona.
Droga. Eu não deveria ter vindo. Não deveria ter parado quando ouvi minha mão falar sobre ele. Não deveria ter me permitido sentir qualquer coisa quando nossos olhos se cruzaram. Mas, mais do que tudo, eu não deveria ter deixado ele me tocar.
Olhei para minhas mãos, como se ainda sentisse o calor da pele dele nelas. Thomas Montserrat era um erro esperando para acontecer, e eu estava me aproximando demais desse desastre anunciado.
Minha respiração estava irregular. Liguei o carro e saí dali, sentindo o olhar dele queimando minhas costas. Eu precisava esquecer isso. Esquecer como a voz dele soava rouca e baixa quando dizia meu nome. E em como sua proximidade fazia meu corpo inteiro reagir de um jeito que nunca aconteceu com ninguém. Esquecer que, por um momento, tudo dentro de mim implorou para que eu ficasse.