O som das sirenes se misturava ao cheiro de pólvora e adrenalina no ar. Os flashes das luzes vermelhas e azuis pintavam o galpão com tons de urgência e fim. Pela primeira vez, Henrique Vasconcellos parecia menor. Sem o poder, sem o dinheiro fácil, sem os homens que faziam seu trabalho sujo, restava apenas um homem covarde encurralado.
— De joelhos. — ordenou Leonel, a voz baixa, mas afiada como uma lâmina.
Henrique olhou para ele com um sorriso torto, quase debochado.
— Vai mesmo fazer isso? Acha que é diferente de mim? — sua voz carregava veneno. — No fim, somos todos farinha do mesmo saco. Só mudamos o preço.
Leonel respirou fundo, o dedo tremendo no gatilho. Por um segundo, imaginou apertar, acabar com tudo ali mesmo. Mas então sentiu uma mão apertar seu braço. Era Luna.
— Não. — disse ela, olhando nos olhos dele. — Isso aqui não é quem nós somos. Ele vai pagar... do jeito certo.
O olhar de Leonel suavizou. A presença dela sempre foi seu norte. Seu equilíbrio. Seu lembrete de que,