O céu estava coberto por nuvens espessas quando os sinos começaram a soar. Um som lento, arrastado, fúnebre.
Na cela, Helena já estava de pé. A noite fora longa, e o sono, inexistente. Seus olhos estavam fundos, mas havia neles uma luz difícil de explicar — algo entre resistência e fé. Fé em uma única coisa: Tristan.
Ela ouviu passos pesados, então vozes se aproximando. A tranca rangeu, e dois soldados entraram. Um segurava correntes, o outro, um olhar vazio.
— Está na hora, bruxa — disse um deles, sem emoção.
Helena não respondeu. Esticou os pulsos com firmeza, encarando os homens. O clique das algemas ressoou como o som final de uma sentença.