Os dois não disseram uma palavra. Clara manteve a mesma posição, sem se mexer, tentando manter a calma.
Os dedos longos de Simão se entrelaçaram e esfregaram, limpando a espuma das mãos. Em seguida, ele pegou um papel ao lado e limpou as pontas dos dedos com calma.
Embora o processo tivesse durado menos de um minuto, Clara sentiu como se tivesse durado uma eternidade.
Simão jogou o papel usado na lixeira ao lado e sorriu ao ver o rosto calmo que ela fazia.
- Eu sou tão assustador assim? – Perguntou ele.
Normalmente, ela era eloquente, mas agora estava tão assustada que ficou em silêncio.
A conversa já havia chegado a esse ponto, Clara não podia evitar de responder e teve que olhar para cima para encará-lo:
- Você é meu chefe, meu empregador, é claro que eu tenho medo.
Simão olhou para as marcas visíveis atrás da orelha dela, que não haviam sido cobertas, provavelmente porque ela estava com pressa e ninguém a alertou.
- O jantar com seu marido foi divertido? – Perguntou ele.
“Dessa form