Felícia travou, engoliu em seco e perguntou após um breve suspense:
“O que você leu?”
“Porque está tão abalada? Tem algum segredo no seu diário que eu não deveria saber?”
“Sim, tenho segredos que não te dizem respeito.”
“Depois conversamos sobre seus segredos, agora faça as malas.”
Felícia o ignorou, pegando sua mala no armário.
Raul a deixou e foi para o seu quarto também fazer suas malas.
Ela desceu e encontrou o marido conversando com a mãe tomando um café na cozinha.
“Estou pronta!”
“Então vamos.”
Eles se despediram de Dona Quitéria e dos empregados.
Raul ligou seu Monza preto e partiu enigmático, sem dizer nada até metade do caminho. Ela o interrompeu perguntando:
“Onde está o meu diário?”
“Está muito bem guardado, não se preocupe.”
“Você leu tudo?”
“Sim.”
Ela sentiu calafrios, soltou um profundo suspiro e fez silêncio.
Ele, sem resistir, interrogou-a:
“Quer dizer que você gostava daquele imbecil?”
Ela respondeu, sem hesitar e com sinceridade:
“Sim e ainda