Naquele instante, Felícia acordou assustada com a presença robusta do marido em pé a sua frente.
Ele fechou o diário e a encarou com um olhar tenebroso.
“Raul! O que você está fazendo aqui?”
“Vim te buscar.”
Felícia percebeu que seu diário estava na mão do marido. Ela arregalou os olhos e, em uma reação ligeira, levantou-se da cama e avançou em cima dele para tomar seu diário.
Ele levantou a mão para cima, segurando firme o caderno.
“Raul, devolve, isso é meu.”
“Agora me pertence.”
“Você não tem esse direito, isso é um diário, é sigiloso e privativo.”
Raul segurou a mulher pelo pescoço e a empurrou até o canto do armário. Ele a intimidou de uma forma possessiva, com sua boca encostada no ouvido dela:
“Escuta aqui, Felícia, essa fazenda é minha, essa casa é minha, você é minha e esse maldito diário agora me pertence.”
Felícia estava paralisada, apreensiva e preocupada de o marido ler o conteúdo do seu diário. Naquele momento, ela só queria tacar fogo no diário mald