RENZO ALTIERI
Respirei fundo antes de entrar no closet. O cheiro dela me atingiu como um soco — morango. Doce, fresco, sensual. O cheiro que gruda na minha pele, na alma, que me acalma e me enlouquece. O cheiro da minha esposa. Caminhei até o lado dela, onde as roupas repousam cuidadosamente dobradas, penduradas e organizadas, cada peça é um pedaço dela.
Abri a porta espelhada. Meus olhos pousaram numa camisola preta de seda com detalhes em renda fina, acompanhada de um robe longo que fazia conjunto. Era suave, elegante… provocante. A delicadeza perfeita pra envolver o corpo dela. Peguei as duas peças com cuidado, quase como se fossem sagradas. Me abaixei e abri a gaveta de calcinhas. Meus dedos hesitaram. A renda branca estava ali, a preta, as mais ousadas… Mas algo me travou. Eu queria ela sem calcinha hoje. Fechei a gaveta de uma vez, sentindo uma pontada de calor na base da espinha.
Saí do closet com o coração acelerado.
Fui até a cama e deixei a camisola e o robe com cuidado sob