Batidas de amor
Ava estava na recepção quando sentiu a pontada leve no baixo ventre. Não era dor, apenas uma pressão delicada, como um lembrete de que havia uma nova vida dentro dela. Levou a mão até o ventre quase sem perceber, e um sorriso sutil brotou em seus lábios.
— Ele está crescendo. Murmurou para si mesma.
Matilde apareceu com dois copos de suco e se deteve ao vê-la sorrindo daquele jeito.
— Está tudo bem?
— Está sim. Ele ou ela, se mexeu. Acho que foi a primeira vez que senti tão claramente.
Matilde se aproximou e, com um gesto tímido, pousou a mão no ventre da sobrinha.
— Meu Deus! Sou mesmo uma tia-avó. Sussurrou emocionada.
— Ava, isso é um milagre. Você é um milagre.
Ava abaixou o olhar por um instante, absorvendo o peso daquela afirmação. Depois dos anos de abuso, do silêncio, da dor... ter a chance de gerar vida era mais do que um recomeço.
Era uma redenção!
Na casa de Caleb, Helena ajudava Lucas a escolher desenhos para pintar.
O menino estava mais animado nas