Enquanto o jantar continuava, um murmúrio percorreu discretamente o salão. Irina, com a postura impecável e os olhos atentos, percebeu um detalhe que ninguém mais parecia notar: a presença de um homem em um canto discreto, observando cada movimento, cada gesto, cada palavra.

Ele vestia um terno escuro, perfeitamente ajustado, mas algo em seu olhar era diferente. Não havia nem hostilidade evidente, nem simpatia aparente. Apenas uma atenção intensa, quase predatória, como se estivesse catalogando cada detalhe à espera do momento certo.

— Quem é aquele? — murmurou a loba dentro de Irina, a voz silenciosa na sua mente.

Irina não respondeu. Um pressentimento percorreu seu corpo: havia algo de perigoso naquele homem, algo que poderia ser tanto um aliado inesperado quanto uma ameaça mortal. Ela sentiu seu instinto afiar-se, cada músculo e sentido em alerta, como se o ar ao redor carregasse eletricidade.

O homem finalmente se moveu, aproximando-se da mesa com passos leves, quase imperceptívei