Ainda no banheiro, minha mente estava em branco.
Sua voz rouca me trouxe de volta: — Voce pretende se perder quantas vezes mais? Acho que todos os vizinhos ja ouviram seus gemidos… — provocou, com aquele sorriso arrogante. Meu rosto corou. Ele ergueu meu queixo e riu: — Ta com vergonha agora? Nao era voce que se derramava nos meus toques, gatinha? Me afastei, tentando recuperar o folego sob a agua quente. Mas ele continuou me desarmando, levando os dedos a boca, olhando fixo nos meus olhos. Meu corpo inteiro estremeceu. De repente, ele me puxou contra a parede, seus labios rocando minha pele. A cada toque, minha forca se esvaia. Sua respiracao quente em meu ouvido me enlouquecia. Quando percebi, ja estava entregue. Ele conhecia cada ponto do meu corpo, cada lugar capaz de arrancar de mim suspiros que eu nem sabia que podia soltar. Meus gemidos ecoavam no quarto, ate que, sem forcas, tomei coragem de inverter o jogo. Empurrei-o suavemente na cama e passei a explorar seu corpo. Beijei cada parte, saboreando sua tensao, sentindo-o estremecer sob meu toque. Seus olhos escuros me seguiam com desejo e surpresa. O controle parecia estar em minhas maos — por um instante. Mas Joao sempre foi predador. Num movimento rapido, me puxou para seu colo, prendendo-me em seus bracos fortes. — Nao pense que vai me dominar, Irina… — sussurrou, antes de me jogar contra o colchao. Ele brincava comigo, aproximando-se apenas para se afastar em seguida, fazendo-me suplicar pelo que eu ja nao conseguia mais suportar. Meu corpo implorava. Minha voz se perdeu em gemidos. Ate que, finalmente, ele cedeu. O impacto nos uniu num unico som, um gemido profundo e desesperado que escapou de ambos. Naquele instante, nada mais existia. Apenas o prazer avassalador, me consumindo ate perder a nocao de quantas vezes ja tinha me rendido a ele. Naquela noite, não existia mais tempo, regras ou medo. Eu era apenas dele. E ele, por mais que não admitisse, também era meu. Entre beijos, provocações e gemidos abafados, perdi a conta de quantas vezes me deixei levar pelo prazer que Joao me arrancava. Era como se cada toque fosse um aviso de que eu jamais conseguiria escapar de seus braços. Mas, no fundo, eu sabia… Quanto mais eu me entregava, mais me afundava naquele amor falso E essa entrega… ainda iria me custar caro. ou ate mesmo a minha vida A madrugada avançava, mas nenhum de nós parecia disposto a parar. Seu corpo contra o meu era fogo e tempestade ao mesmo tempo. — Irina… — ele sussurrou, apertando minha cintura com força. Era um chamado que parecia mais uma ordem. Meus dedos deslizaram por suas costas, sentindo cada músculo rígido sob a pele quente. Eu me perdi no sabor de sua boca, no jeito como me dominava sem pedir permissão. Ele me virou, colando minhas mãos contra a parede fria, e sua voz grave me arrepiou inteira: — Voce ainda acha que consegue resistir a mim? Minha resposta foi apenas um gemido abafado, meu corpo traindo qualquer pensamento racional. O contraste entre o frio da parede e o calor dos seus toques me fazia delirar. Ele sabia exatamente como me levar ao limite — e, quando eu acreditava que não suportaria mais, ele recuava apenas para me ver implorar por mais. Era um jogo cruel, viciante, irresistível. Naquele quarto, não existia a Irina forte. Havia apenas uma mulher… completamente entregue ao homem que a destruía e a consumia ao mesmo tempo. E, mesmo exausta, dentro de mim um pressentimento crescia: aquele prazer intenso era também uma prisão invisível, da qual eu já não sabia se conseguiria escapar.