João estava visivelmente irritado, mas com a voz firme. Juli, vermelha de raiva, cruzava os braços e não desviava o olhar.
— Não é mais uma boa ideia manter Irina presa como uma escrava, — disse João, cada palavra pesada, — ela serviu a mim e à casa por dez anos. Eu tenho que ser grato pelo que ela fez.
Juli bufou, tentando reagir, mas João continuou:
— Não estou dizendo que vou mandá-la embora. Não sei ficar nesta casa sem Irina. Mas ela não pode ser tratada como propriedade. Entendeu?
A raiva de Juli cresceu como fogo. Seus punhos se cerraram, e ela sentia cada palavra de João como uma provocação pessoal.
— Você… você não entende nada! — gritou, a voz saindo trêmula de ódio. — Isso não é justo! Ela… ela não deveria…!
João permaneceu calmo, firme em sua decisão, mas o olhar em Juli só aumentava a frustração dela. Finalmente, tomada pela fúria, Juli agarrou um vaso decorativo da mesa e o arremessou contra a parede com toda força.
O vaso se estilhaçou em mil pedaços. O barulho ecoou pe