Eduardo caminhou descalço pelo corredor de sua casa, as mangas do moletom arregaçadas até os cotovelos e uma caneca de chá de camomila morna nas mãos.
Ele deveria estar na cama. Ele disse boa noite. Duas vezes.
Mas as luzes da garagem ainda estavam acesas.
Não era incomum, ele as esquecia o tempo todo. O que era incomum era a música vazando por baixo da porta e o barulho que não deveria existir às 2 da manhã.
Curioso, ele empurrou a porta.
Era a Jinx.
Seu cabelo estava preso num coque bagunçado e os olhos focados com concentração. Ela estava agachada no chão de concreto, com meias descombinadas e uma chave de fenda na mão, totalmente determinada em consertar o mesmo armário quebrado que ele prometeu consertar.
Ela nem olhou para cima. Eduardo se encostou no batente da porta, sentindo o vapor da caneca roçando seu rosto.
— Você invadiu minha garagem?
Ele disse isso, mas seu cérebro se fixou em algo completamente diferente: sua camisa. Sua camisa de flanela favorita, na verdade. Aquela