ALEXANDER HAMPTON
O sol não nasceu. Ele explodiu.
Essa foi a única explicação lógica que meu cérebro, atualmente nadando em uma piscina de formol e arrependimento, conseguiu formular. A luz que filtrava pelas cortinas do meu quarto parecia ter a intensidade de mil supernovas, e havia uma equipe de construção civil operando uma britadeira diretamente atrás dos meus olhos.
Tentei me mover e soltei um gemido que soou patético até para os meus próprios ouvidos. Minha boca tinha o gosto de algo que morreu no deserto, e meu estômago dava cambalhotas, tentando decidir se eu ainda era uma forma de vida baseada em carbono ou apenas um barril de uísque com pernas.
— Blue Label — sussurrei para o teto com a voz rouca. — Traidor caro e delicioso.
Tentei levantar a mão para cobrir os olhos, mas meu braço estava preso.
Parei. Havia um peso sobre o meu braço esquerdo. Um peso quente, macio e cheiroso.
Virei a cabeça devagar no travesseiro, ignorando o protesto das minhas vértebras cervicais.
Elizabe