ELIZABETH WINTER
Se existia um purgatório chique, ele se parecia com o quarto de vestir da minha mãe.
Eu estava sentada em uma cadeira giratória acolchoada há quatro horas. Minhas unhas das mãos e dos pés tinham sido lixadas e pintadas de um tom de nude tão específico que provavelmente tinha sido inventado pela NASA. Meu rosto tinha sido esfoliado, hidratado, massageado e coberto com máscaras de ouro, pepino e sabe-se lá mais o quê.
Me sentia uma boneca de luxo sendo restaurada.
— Mais champanhe? — Leah perguntou, aparecendo no meu campo de visão com uma garrafa na mão. Ela já estava no terceiro copo e usava um roupão de seda rosa com "Madrinha" bordado nas costas.
— Leah, se eu beber mais, vou tropeçar no altar. — Avisei, tentando não mover os músculos do rosto por causa da máscara de argila.
— Bobagem. Champanhe hidrata a alma. — Ela encheu minha taça mesmo assim. — Além disso, você precisa relaxar. Você está tensa.
Ri, o que fez a máscara rachar um pouco.
A porta s